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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Três faces da mesma moeda.

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Apostolo Paulo escrevendo aos Corintios

A Bíblia é formada por vários textos escritos por apostolos escolhidos por Jesus Cristo para cantar seus feitos aos quatro cantos do mundo. Na minha opinião o mais sensato dos apostolos, o mais lindo poeta da época de Cristo é Paulo. Na primeira epistola de Paulo aos coríntios no capitulo 13, ele escreve sobre o amor, o dom mais divino na visão dele:


1. Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, serei como o metal que soa ou como o sino que tine.
2. Ainda que eu tenha o dom de prefetizar e conheça todos os misterios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tivesse amor eu nada seria.
3. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobrese que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece.
5. Não se conduz inconvenientimente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;.
6. Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
7. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão, havendo ciência, passará;
9. Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
10. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que em parte será aniquilado.
11. Quando eu era menino, falava com menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
12. Porque, agora vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
13. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

http://www.etab.ac-caen.fr/vhugo/portugais/camoes.gif
Luis Vaz de Camões


Mais de 1500 anos após esta epístola ser escrita por Paulo, ela se tornaria mais linda ainda na beleza da poesia de Luis Vaz de Camões, este que teria parentesco com o escritor português Pero Vaz de Caminha, e com o navegador e explorador também de origem portuguesa Vasco da Gama.
Luis Vaz de Camões vivia
a queixar-se, inúmeras vezes, amargamente, da tirania desses amores impossíveis, chorou as distâncias, as despedidas, a saudade, a falta de reciprocidade, e a impalpabilidade dos nobres frutos que produz. Ele adaptara aquela passagem da bíblia tão rústica e bela ao mesmo tempo, lapidando-a a uma pedra rara, preciosa, bela:

"Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
"
(Versão de Camões, da epistola de Paulo)


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Renato Russo

Esta linda poesia que parece perfeita, não podendo ser melhorada para não ficar num contexto apelativo, foi musicada pelo o maior poeta do rock n' roll brasileiro, Renato Russo. O trovador solitario, o anjo depressivo, ele que juntara numa uma canção o apostolo Paulo, e o poeta português Camões.

'Monte Castelo'

"Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...

O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...

É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria..."


By: Lúúh Henry Winchester Sato

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