Jazia no chão, sem vida,
E estava toda pintada!Nem a morte lhe emprestara
A sua grave beleza...
Com fria curiosidade,
Vinha gente a espiar-lhe a cara,
Ad fundas marcas da idade,
Das canceiras, da bebida...
Triste da mulher perdida
Que um marinehiro esfaqueara!
Vieram uns homens de branco,
foi levada ao necrotério.
E quando abriam, na mesa,
O seu corpo sem mistério,
Que linda e alegre menina
Entrou correndo no Céu?!
Lá continuou como era
Antes que o mundo lhe desse
a sua maldita sina:
Sem saber nada da vida,
De vícios ou de perigos,
Sem saber de nada...
Com sua trança comprida,
Os seus sonhos de menina,
Os seus sapatos antigos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário