"Droga não atrapalha a minha vida. Violência e corrupção, sim." - Marcelo Anthony
Antes, a Justiça entendia que as reivindicações, que as passeatas e o movimento da Marcha da Maconha faziam apologia ao crime. Mas com uma sábia interpretação do STF(Supremo Tribunal Federal), órgão máximo na esfera do Poder Judiciário, em relação ao principio de Liberdade de Expressão garantindo na forma da lei pela Constituição Federal.
"Nada se revela mais nocivo e mais perigoso do que a pretensão do estado de reprimir a liberdade de expressão. O pensamento há de ser livre, sempre livre, permanentemente livre, essencialmente livre." - Celso de Melo, Ministro do STF e relator no julgamento do dia 15 de junho de 2011.
Por que a maconha e outras drogas são proibidas?
Crimes relacionados a drogas ilícitas são os que mais encarceram pessoas no Brasil e o consumo não é afetado. O uso de drogas é uma prática milenar na cultura humana. É impossível que haja um mundo sem a existência delas.
A proibição das drogas gera violência, corrupção, lotação dos carceres, ingerência do Estado nas decisões pessoais dos cidadãos, desinformação e militarização. Violência e corrupção praticada quase sempre pelos que são encarregados por proteger, mas na maioria das vezes esses insurgem-se contra a população como os braços armados do Estado para fazer uma revolução, quando não há um propósito.
Com a regulamentação da maconha e outras drogas proibidas, a população seria mais bem informada a respeito desses substâncias e o Estado ao invés de focar na repressão, poderia dar assistência e tratamento a quem necessitasse. Sob a justificativa de zelo por nossa saúde, vivemos sob uma guerra. Mas como pode ser que se criminalize uma conduta e a situação fique pior que aquela que se visava alterar? Qual a frequência de mortes por overdose que você vê no noticiário? E os mortos às drogas? A cada 5 horas, 1 pessoas é morta pela policia no Brasil.
A 'guerra das drogas" é usada como pretexto para criminalizar, encarcerar e matar os setores mais pobres da sociedade. A maioria da população carcerária é formada por jovens negros e pardos, moradores das periferias. Dos condenados por tráfico em São Paulo, 57% são réus primários e 61% não têm condições de pagar advogado.
Dos 272 milhões de usuários de drogas ilícitas no mundo, 202 milhões consomem maconha. O dinheiro economizado com a legalização desse enorme mercado poderia ser revertido em projetos sociais que atendessem as demandas das mesmas pessoas que hoje mais sofrem com essa guerra.
A eficácia do uso medicinal da maconha para inúmeras doenças, como câncer e HIV, já está comprovada no mundo todo. A proibição da pesquisa limita o avanço da ciência e o acesso à informação e ao tratamento.
Marcha da Maconha é um movimento social autônomo organizado desde 2007 em rede pelo Brasil, de maneira horizontal, sem hierarquias e sem ligação com empresas, partidos políticos e grupos religiosos. Assim como os efeitos da proibição afetam toda sociedade, acreditamos que a defesa de mudanças na politica de drogas é uma demanda de todos, sejam usuários ou não.